Com um programa de computador, que funciona como um filtro, os pais conseguem bloquear até 50 tipos de assuntos. Se a criança tentar entrar em algum site com um tema restrito, o pai recebe um aviso na hora.
O espião do computador fotografa as páginas acessadas e mandam relatório completo para o pai. Em outro programa o adulto indica números de documentos, telefones ou endereços. “Ela vai conseguir digitar, mas não consegue enviar”, diz Bruno Rossini, gerente de empresa de segurança.
A tecnologia avança, mas os psicólogos alertam: essa não é a única atitude para proteger a criança. “O importante é sempre estimular o diálogo. Se você não constrói essa relação eu acho que é inócuo você tentar controlar, porque ele vai numa lan house, paga dois reais e acessa o que ele bem entender”, comenta Cristiano Nabuco de Abreu, psicólogo.
Imagine a internet como se ela fosse uma cidade grande. Com todas as atrações e perigos que uma cidade oferece. Você deixa seu filho solto por aí? Quando a criança é pequena só anda de mãos dadas com os pais. Quando cresce um pouquinho, ainda caminha junto, mas tem um pouco mais de liberdade. E só quando fica maior pode sair sozinha pelas ruas. Com a internet é a mesma coisa.
Até nove anos a criança deve usar o computador sempre acompanhada pelos pais. Pode até fazer um perfil em páginas de relacionamento, mas o pais devem ter a senha, acompanhar as mensagens e determinar que fotos podem ser postadas.
Entre 9 e 12 anos já não é preciso se sentar com o filho em frente à tela, mas fique de olho. Estabeleça limites, indique o tipo de sites aconselháveis e quanto tempo pode ficar online. “Você não vai deixar seu filho na rua e dizer: daqui duas horas venho te buscar. Você quer saber onde ele está, com quem está se relacionando”, explica o psicólogo.
Entre 12 e 15 anos o adolescente quer privacidade. Dê um jeito de puxar conversa. “Estimule sempre essa conversa: ‘filho, tô percebendo que você fica muito tempo na internet. Que você não consegue ficar longe’”, diz.
A partir daí, o pai deve confiar na educação que deu. “Vai permitir que seu filho 18, 19 anos saia com pessoas que você acredita que ele possa avaliar”.
Heloisa é dona de casa e dá um jeito de ficar por perto quando o filho está no computador. “Mais ou menos quando o pai falava, não conversa com estranho, não para pra falar com que você não conhece na rua”, diz Heloisa Donati Simões, dona de casa.
“De fato, a internet veio e ela pode ter imensidão de benefícios. Mas ela também pode trazer malefícios. A grande questão é como esse jovem utiliza internet", conclui o psicólogo.
Cristiano Nabuco de Abreu lembra ainda que simplesmente proibir que a criança acesse a internet não é o ideal porque esse é um meio de comunicação usado por toda a geração mais jovem. Para a criança, manter a amizade por meios virtuais é tão importante quanto a amizade real. Esse é o grande desafio dos pais modernos, entender e saber educar dentro destes dois mundos, o real e o virtual.